Clínica de aborto fechada; sete prisões e ex-Prefeito envolvido

O ex-prefeito de Maracanaú e médico Dionísio Broxado Lapa Filho está entre as seis pessoas presas, na manhã desta quarta-feira, 10, em operação de combate à prática de aborto. A ação, batizada de Operação Exterminador do Futuro, foi deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual e resultou no fechamento de pelo menos duas clínicas.

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O jornal desta quinta estampava o destaque de sua primeira página: "Polícia fecha clínica de aborto e prende sete". Curioso fato que chamou a atenção foi o envolvimento do ex-prefeito de Maracanaú, Dionísio Broxado. Porém, não deve-se negar o crime e, além do crime, o aborto em si.

O aborto é ilegal no país, porém, pode ser feito em algumas circunstâncias especiais. Para os mais favorecidos economicamente, pode-se recorrer a uma dessas clínicas de aborto ilegais, que possui uma média de preço de R$2.000.

Nas eleições presidenciais, fora dos debates, o aborto foi amplamente discutido, ainda mais após os boatos de que a candidata eleita, Dilma Rousseff, do PT, fosse a favor da descriminalização da prática abortiva, mesmo tipo de calúnia que o atual presidente Lula sofreu nas eleições de 1989, contra Fernando Collor. Porém, essa discussão não foi feita de uma maneira correta, sempre caindo ao tradicionalismo dos "bons costumes cristãos da sociedade brasileira", mesmo tradicionalismo que depôs Jango em 1964 e entregou o país à Ditadura Militar.

O aborto deve ser discutido da forma que deve ser visto, como uma questão de saúde pública e não de religião ou falso moralismo. A igreja condena a criança que faz o aborto, mas não condena o estuprador.